A Agência Internacional de Investigação do Cancro (IARC) da Organização Mundial de Saúde (OMS) incluiu, no passado dia 14 de julho de 2023, o aspartame no grupo 2B, como agente "possivelmente cancerígeno para os seres humanos”. Desta forma, a ASAE tendo presente a necessidade de comunicar o risco que esse aditivo representa para a população portuguesa, solicitou ao Conselho Científico da ASAE enquanto órgão coletivo de consulta especializado na área dos riscos da cadeia alimentar, que se pronunciasse sobre o tema.

O Conselho Científico da ASAE entende que não há dados novos que permitam alterar as recomendações da EFSA quanto à utilização de aspartame enquanto edulcorante. A dose diária admissível de 40 mg/kg pc/d não origina risco acrescido para a saúde. 

O seu parecer é fundamentado nos seguintes factos: 

1) os estudos epidemiológicos efetuados não permitirem obter uma relação direta entre o consumo de aspartame e a incidência de cancro ou outra doença promovida pelo aspartame; 

2) o aspartame ser um aditivo alimentar objeto de muitos estudos e já há muito anos sem que o aumento do risco de cancro tenha sido estabelecido; 

3) o consumo de aspartame em Portugal ser moderado, muito abaixo da dose diária admissível estabelecida. Estes aspetos são reconhecidos pela OMS através do seu departamento de nutrição e segurança alimentar, que reforça que não existe evidência experimental ou epidemiológica que implique a modificação das recomendações em vigor. 

Entende, no entanto, o Conselho Científico da ASAE que o aumento do consumo de edulcorantes merece vigilância, assim como o uso de misturas de edulcorantes cujo risco da sua ação conjunta ainda não tenha sido avaliado. Recomenda-se que quando um alimento ou bebida contém aspartame ou sais de aspartame-acessulfame, o rótulo do produto contenha a frase “contém uma fonte de fenilalanina”.  No caso do aspartame, deve mesmo ser indicado na rotulagem: “Fenilcetonúricos: contém fenilalanina”.

A ASAE, manter-se-á atenta e a acompanhar a situação, não havendo, por agora, qualquer razão para alarme.