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Anisakis

Os nemátodos, vermes de corpo redondo, encontram-se frequentemente nos peixes  marinhos em todo o mundo. Anisakis simplex e Pseudoterranova  decipiens, pertencentes à família Anisakidae, são as espécies mais  frequentemente envolvidas em casos de infecção em humanos causados por  nemátodos.

A anisaquíase, parasitose em humanos, atinge cerca de 2000 indivíduos  por ano e está relacionada com os hábitos alimentares. Assim, é mais frequente  em países Asiáticos, em particular o Japão, e em comunidades piscatórias  europeias e sul americanas. A Europa contribui com cerca de 3,5% para o total de  casos. Contudo, devido ao aumento de popularidade da culinária exótica,  nomeadamente o aumento do consumo de sushis e sashimis a nível mundial, esta  parasitose tem tido um aumento de incidência.

Características de Anisakis

A. simplex e P.  decipiens, são vulgarmente referidos como o verme do  arenque e o verme do bacalhau, respectivamente. São vermes redondos e não  segmentados apresentando-se com 1 a 6 cm de comprimento. A sua epiderme segrega  uma cutícula que protege o parasita dos sucos digestivos do hospedeiro. O seu  ciclo de vida é complexo envolvendo vários hospedeiros. A morfologia detalhada é  variável dependendo do hospedeiro e da fase do ciclo de vida em que se  encontra.

Transmissão de Anisakis

A anisaquíase é causada pela ingestão acidental de larvas de A.  simplex ou de P. decipiens. Os principais hospedeiros de  A. simplex são as baleias, os golfinhos e as toninhas e os de  P. decipiens são as focas, os lobos-marinhos, os leões-marinhos e as  morsas. Os ovos (40x50 micrómetro) fertilizados produzidos pelos parasitas  fêmeas são libertados na água juntamente com as fezes e vão desenvolver-se  originando as larvas (fase L2 do ciclo de vida). Na água, estas são ingeridas  por crustáceos onde maturam dando origem a outras larvas (fase L3 do ciclo de  vida). Os crustáceos infectados são ingeridos por peixes e, por predação, as  larvas (fase L3 do ciclo de vida) com capacidade para infectar humanos e  mamíferos marinhos são transferidas de peixe para peixe. O ciclo termina quando  mamíferos marinhos ingerem peixes contendo larvas (L3) que se desenvolvem e  atingem o estado de verme adulto com capacidade para produzir e libertar ovos.  

Alimentos em que a presença de Anisakis é mais  frequente

A infecção em humanos ocorre quando é consumido peixe cru, mal cozinhado ou  insuficientemente congelado que contém a larva infectante (L3). O consumo de  pratos à base de peixe cru (por exemplo sushi, sashimi e  ceviche) e fumado têm estado na origem da maioria dos casos de anisaquíase  documentados.

Principais sintomas de infecção por Anisakis

Os humanos são hospedeiros acidentais das larvas de nemátodos. Quando  ingeridas, estas larvas não conseguem atingir o estado adulto. Os seus  movimentos provocam ulcerações nas paredes do estômago ou do intestino e  eventualmente atingem o fígado, os pulmões ou outros tecidos. As manifestações  clínicas mais frequentes são distúrbios gástricos (infecção com a larva) ou  reacções alérgicas (químicos libertados pelo parasita no peixe).

Os sintomas  da infecção com a larva surgem normalmente uma a duas horas após o consumo do  peixe contaminado e incluem cólicas abdominais e vómitos. No estômago a larva em  movimento provoca ulcerações com náuseas, vómitos e dor epigástrica, algumas  vezes com hematémese (vómito com sangue). As larvas podem migrar para a parte  superior atacando a orofaringe e causando sensação de formigueiro ou prurido e  tosse podendo mesmo ocorrer a excreção de nemátodos. No intestino delgado,  causam granulocitose eosinófila (aumento anormal do número de eosinófilos no  sangue) e os sintomas podem ser semelhantes aos de uma apendicite. Os casos  severos implicam a remoção física do nemátodo por intervenção cirúrgica.

No  caso das reacções alérgicas, mesmo depois de bem cozinhado um peixe contaminado  pode colocar em risco a saúde humana uma vez que, durante a infecção do peixe,  os parasitas produzem compostos aos quais alguns indivíduos são alérgicos. Estes  indivíduos podem apresentar reacções anafiláticas severas após consumo de peixe  que foi infectado por estes parasitas. Estas reacções são difíceis de  identificar, confundindo-se, por exemplo, com as reacções alérgicas ao peixe ou  ao marisco.

Grupos de risco

Todos os indivíduos que consomem peixe e frutos do mar crus ou mal cozinhados  e os indivíduos alérgicos aos nemátodos são considerados de risco.

Prevenção da contaminação 

Evitar o consumo de peixes e de frutos do mar crus ou mal cozinhados é uma  das formas importantes de prevenção da infecção. O parasita é inactivado no  peixe por cozedura a 60ºC durante 10 minutos, por congelação durante pelo menos  7 dias e por irradiação. A evisceração imediatamente após a captura é  recomendada para evitar a migração das larvas da cavidade intestinal para o  músculo.

A. simplex e P. decipiens devem ser considerados  como perigos potenciais em alguns planos de HACCP.

Bibliografia

CDC Parasites and Health – Anisakiasis
(http://www.dpd.cdc.gov/dpdx/HTML/Anisakiasis.htm)

CFSAN Bad Bug Book (http://www.cfsan.fda.gov/~mow/chap25.html)

Doyle E (2003) Foodborne parasites. A Review of the scientific literature.  Food Research Institute Briefings, Outubro 2003 (http://www.wisc.edu/fri/briefs.htm).

Escola Superior de Biotecnologia
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