
A avaliação da exposição humana realiza-se por análise dos HAPs em alimentos e amostras ambientais e identificação e quantificação dos HAPs ou seus metabolitos em amostras biológicas.
Para a identificação e quantificação dos HAPs na água e alimentos, a extracção líquido-líquido seguida de cromatografia líquida de alta resolução (HPLC) com detector de fluorescência é o método até agora mais utilizado[1,22,31]. No entanto, pensamos que a extracção líquido-líquido deve ser substituída por métodos de pré-concentração da amostra, mais rápidos, que utilizem menor volume de solvente e com maior poder de concentração.
A tendência será a implementação e optimização de métodos de análise de HAPs mais rápidos, que utilizem um menor volume de solventes orgânicos, de preferência automatizados e de baixos limiares analíticos, sem perda de precisão e exactidão em relação aos métodos já existentes.
Alguns destes requisitos analíticos já vêm definidos na legislação, como acontece no DL243/01 (Água de consumo humano)[9], o qual define valores percentuais para a precisão, exactidão e limite de detecção para os métodos analíticos seleccionados. No caso dos HAPs, o limite de detecção do método não deve ser superior a 25% do valor paramétrico definido na legislação.
Sendo assim, existem métodos alternativos para a análise dos HAPs, como a extracção em fase sólida (SPE) seguida de cromatografia líquida de alta resolução (HPLC) com detector de fluorescência SPE/HPLC[2], a cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massa (GC/MS)[18] e a micro-extracção em fase sólida (SPME)[13,21,23,24,27,28] seguida de cromatografia gasosa com detector ionização de chama SPME/GC/FID[14].
Várias amostras tem sido utilizadas para avaliar a dose interna correspondente à exposição humana aos HAPs, sendo o sangue e a urina as amostras mais utilisadas para a determinação de biomarcadores de exposição e efeito. A determinação do 1-hidroxi-pireno na urina (metabolito do pireno) tem sido utilizada como biomarcador da exposição aos HAPs. Uma das vantagens é que o pireno está presente em concentrações relativamente elevadas em todas as misturas de HAPs.
Por outro lado, sabe-se que a indução do cancro por alguns HAPs tem início na ligação dos seus metabolitos reactivos (diolepóxidos) ao ADN (ácido desoxi-ribonucleico)[5,34]. A determinação destes aductos em tecidos ou fluídos biológicos pode ser usada como um biomarcador de exposição e/ou efeito carcinogénico. Os métodos de análise dos metabolitos respectivos aductos estão referidos em várias publicações [19, 29,30,32].